quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Cheia do Rio Piracicaba, SP, causa interdição de ponto turístico (Postado por Lucas Pinheiro)

A Rua do Porto, tradicional centro turístico e gastronômico de Piracicaba, no interior de São Paulo, foi parcialmente interditada na madrugada desta quinta-feira (19) após o aumento do nível do Rio Piracicaba. É a segunda vez em menos de 24 horas que o trecho da Avenida Alidor Pecorari é fechado para o trânsito devido ao retorno das águas da chuvas pelas bocas de lobo. A Defesa Civil de Piracicaba nega que seja consequência da abertura das comportas da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) de Americana na quarta-feira (18).


No fim da tarde desta quarta, o nível da água do Rio Piracicaba já tinha diminuído, mas durante a madrugada voltou a subir e atingiu cinco metros - nível considerado crítico. O trecho da Avenida Alidor Pecorari com a Rua Rangel Pestana, localizado ao final da Rua do Porto, foi interditado às 4h. Ela deve permanecer fechada para os motoristas até o final desta quinta.

Segundo o secretário executivo da Defesa Civil de Piracicaba, Carlos Alberto Razzano, até às 8h desta quinta não houve chamado de famílias devido à cheia e nem danos às casas ou comércios. “Continuamos com todas as equipes na Rua do Porto por prevenção, até porque o rio está indeciso. As águas chegam à margem e voltam”, explica Razzano. Os restaurantes funcionavam normalmente.

O Corpo de Bombeiros reitera a necessidade do estado de alerta. “A gente já tem o plano estabelecido para a retirada de pessoas das áreas que costumeiramente enchem, mas precisamos que moradores e comerciantes aceitem retirar seus pertences se houver necessidade”, ressaltou o tenente Gregório.

A CPFL Renováveis, concessionária da PCH de Americana, instalada no Rio Atibaia, abriu uma de suas comportas para controlar, segundo ela, o volume de água nas instalações.

Prefeitura
A Prefeitura de Piracicaba informou, na manhã desta quinta, que a vazão do Rio Piracicaba continua alta (630,7 metros cúbicos por segundo). A água voltou, segundo eles, das bocas de lobo. Com isso, a Defesa Civil mantém estado de alerta.

O Executivo informou ainda que dez equipes com 40 homens das secretarias municipais continuam prontas para ajudar a população. Dos 10 caminhões, três estão de prontidão na Avenida Cruzeiro do Sul e nos bairros São Francisco/Bongue e Vila Rios. Cada veículo conta com três homens que, para serem mais ágeis, devem ser ajudados pelos moradores em retirada.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Sobe para 20 número de vítimas em Sapucaia, diz Defesa Civil do RJ (Postado por Lucas Pinheiro)

Subiu para 20 o número de vítimas do deslizamento em Jamapará, em Sapucaia, no Centro Sul Fluminense, segundo informou a assessoria da Defesa Civil do estado do Rio nesta quinta-feira (12). Dezenove pessoas morreram em decorrência do deslizamento de terra que atingiu oito casas no distrito de Jamapará e uma decorrente de uma casa que desabou no município.

Ainda segundo a Defesa Civil estadual, as vítimas são 16 adultos – 11 homens e 5 mulheres – e 4 crianças – um menino e três meninas.

Equipes de busca e salvamento continuam no local à procura de outros dois desaparecidos e contam com o auxílio de cães farejadores.

Corpos achados em Fusca
Na quarta-feira (11), foram encontrados cinco corpos dentro de um Fusca. As duas mulheres, dois homens e uma criança de aproximadamente 10 anos da mesma família tinham se escondido no veículo com medo da chuva, e acabaram soterrados. A casa da família, no entanto, não foi atingida. Parentes da família disseram que uma das vítimas estava grávida de três meses.

Cortejo
As buscas só foram interrompidas para a passagem de mais um cortejo. Era o enterro de Francisco Martins, de 82 anos. As filhas contaram que ele não quis sair de casa durante a chuva forte de segunda-feira (9).

“Meu pai só deu um grito. Ai me acode". Aí quando eu gritei ele, ele não respondeu mais. Se ele saísse junto com a gente, ele estaria aqui agora não é?”, falou Maria Aparecida Martins, uma das filhas da vítima.

Enterro
Na terça-feira (10), três vitimas do deslizamento que soterrou oito casas em Jamapará tiveram que ser enterradas à noite. Não havia condições de esperar o amanhecer.

Pela manhã, as famílias que saíram das casas interditadas pela Defesa Civil puderam voltar para pegar móveis, eletrodomésticos e objetos pessoais.

“Estamos na luta aí correndo atrás para tirar o que puder”, comentou o segurança Sebastião dos Santos.

Mapeamento no estado
Na quarta, o vice-governador Luiz Fernando Pezão fez uma visita à Jamapará. Na ocasião, ele prometeu que em no máximo dois anos todo o estado do Rio será mapeado para a identificação das áreas de risco.

O município de Sapucaia não entrou na lista dos 31 municípios prioritários para serem mapeados pelo governo. Segundo Pezão, os 60 restantes - a cidade do Rio já realizou o estudo - serão analisados até o fim de 2013.

"Estamos fazendo aos poucos mesmo, vamos apresentar aos prefeitos, fizemos (o mapeamento) de 31, já tínhamos feito dos municípios da Região Serrana e agora vamos complementar com todos os municípios, porque não dá para fazer os 91, já que o Eduardo Paes (prefeito) já tinha feito dentro da cidade do Rio de Janeiro, então até o final de 2013 nós vamos entregar os outros 60 que faltam", afirmou ele, que presenciou o cortejo de mais uma vítima que foi enterrada.

O secretário estadual de Defesa Civil, Sérgio Simões, informou que uma equipe do Departamento de Recursos Minerais do estado (DRM) fez um mapeamento da área de Jamapará que foi atingida pelo temporal, para saber de fato quantas casas correm risco de desabamento e precisam ser interditadas. Esse estudo, segundo ele, já está com a Defesa Civil de Sapucaia.

"Nós vamos apoiar o prefeito no que ele precisar para ajudar, para reconstruir essas casas. Apoiá-lo com infraestrutura, se precisar desapropriar terreno, nós vamos apoiá-lo no que ele precisar através do programa Somando Forças. E pleitear à presidente Dilma que se estenda ao interior o Minha Casa Minha Vida", disse o vice-governador do Rio.

Pezão falou que o governo vai  fazer intervenções também em outras áreas atingidas pelas cheias do Rio Muriaé.

"Ali é uma obra que vai demandar estudos e trabalhos da Agência Nacional de Águas. O governo federal está capitaneando esse trabalho. O governador determinou que a gente faça intervenções na área que nos cabe, que é em Laje do Muriaé. Vamos fazer o canal extravasor e o desvio do rio, para tentar minorar esse sofrimento. As outras intervenções, a barragem de Cantagalo, o canal extravasor de Italva, de Cardoso Moreira, depende de estudos federais porque ali são cinco rios que vêm de outros estados, quatro de Minas e um do Espírito Santo", explicou o vice-governador.

Posto médico montado em igreja
A Secretaria estadual de Saúde montou um miniposto de atendimento médico na igreja de Jamapará, perto do local onde ocorreu o mais grave deslizamento de Sapucaia. Além do posto, um Ciep da localidade também está dando suporte aos moradores da região, recebendo os desabrigados.

A lista de cadastrados no Programa Saúde da Família vai complementar as informações de moradores para que seja criada uma lista unificada de desaparecidos.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Após perder filhas em chuva na serra do RJ, mãe comemora nova gravidez (Postado por Lucas Pinheiro)

Há um ano, a chuva levou a casa, as três filhas e outros oito parentes de Perla Oliveira. Mas a correnteza não destruiu a esperança da dona de casa de Teresópolis, uma das cidades mais castigadas pelo temporal que atingiu a Região Serrana do Rio de Janeiro em 2011. Agora, grávida, ela tenta reconstruir a família que a chuva deixou apenas na lembrança.

A catástrofe provocada pelas chuvas provocou a morte de mais de 900 pessoas. As principais cidades da região foram devastadas e 30 mil pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas. Somente em Nova Friburgo, mais de 400 pessoas morreram.

Na noite de 11 de janeiro de 2011, Perla conta que abrigou as três filhas, com idades entre 3 e 15 anos, em sua cama. Ela acreditava que ali era o local mais seguro para proteger a família da chuva. No entanto, na madrugada, uma tromba d´água destruiu sua casa, no bairro de Campo Grande, o mais afetado do município.

Filhas desaparecidas
A dona de casa relata que ficou agarrada ao colchão junto com as meninas e foi arrastada por alguns quilômetros, em meio a pedras e árvores caídas. Após o pesadelo, Perla se lembra apenas de acordar na manhã de 12 de janeiro, com a lama encobrindo seu corpo, e sem as filhas ao lado. Em um ano, apenas o corpo de Nathally, de 15 anos, foi encontrado. Mayara, 3, e Maria Eduarda, 5, ainda continuam desaparecidas.

“Mesmo após um ano, ainda não consigo encaixar na minha cabeça que perdi todas as minhas filhas. Ainda sonho que as outras duas estão vivas, talvez em algum orfanato. Eu não tive culpa de nada, tentei protegê-las. Agora vou ser mãe de um menino, que com certeza vai trazer muita felicidade a minha família”, desabafou Perla, que ainda continua morando em Campo Grande.

Perla explica que foi nascida e criada no bairro marcado pela tragédia, e optou em continuar morando lá por acreditar que dessa maneira está mais perto das filhas. O baixo valor do aluguel dos imóveis também ajudou na escolha. Ela paga R$ 350 por uma casa de dois quartos.

“Acho que minha casa não está em área de risco. Com os R$ 500 do Aluguel Social, não consigo nada muito melhor que isso. Aqui no bairro todos me ajudam, inclusive já ganhei carrinho e algumas roupinhas para o meu bebê”, falou Perla, que divide o pequeno espaço do quarto com um cilindro de oxigênio, já que sofre de uma doença crônica no aparelho respiratório.

Mulher salva por corda
A chuva também marcou a vida de Ilair Pereira, 53 anos, conhecida pelas imagens em que aparece sendo salva por uma corda, após sua casa desabar em São José do Vale do Rio Preto. Daquele dia, ela ainda guarda a roupa que usava e o esforço de seus vizinhos que a socorreram. Além do imóvel, ela também perdeu o cãozinho de estimação, Beethoven.

As cenas do resgate de Ilair correram o mundo e comoveram pessoas, que doaram casa, animais e móveis para a vítima. Desde abril de 2011, ela vive em uma nova residência presenteada pelo programa “Caldeirão do Huck”, da TV Globo. Como companhia, ela ganhou dois cães. Um deles recebeu o mesmo nome do morto na enchente.

“Naquela hora, eu me ajoelhei na laje, e coloquei minha vida nas mãos de Deus”, relembra Ilair, que acredita que o bairro onde morava, Santa Fé, nunca mais voltará a ser o que foi antes.

Em 9 de janeiro deste ano, o ex-marido de Ilair, o pedreiro Moisés da Costa, perdeu a casa durante a chuva. No ano anterior, ele abrigou a antiga companheira em seu lar. Em 2012, ela é quem abriga Moisés.

Desafio no recomeço
Para o comerciante Rodrigo Esteves, 33 anos, o recomeço após as chuvas de 2011 também é um desafio. Com o transbordamento do Rio Preto, que cerca São José do Vale do Rio Preto, a água chegou ao teto de sua oficina mecânica. No local estavam 15 carros. Todos ficaram destruídos.

Rodrigo diz que ficou sete meses com a loja fechada. No período, ele contou com a ajuda de amigos e parentes para limpar o local, consertar as máquinas, e retirar os veículos soterrados. Após um ano, apenas metade da oficina funciona. Nas paredes ainda está uma mancha marrom, resquício da água barrenta.

“Recomecei do zero. Enquanto limpávamos a loja, encontramos um corpo debaixo da lama. Ainda não consegui um empréstimo, infelizmente é muita burocracia, e acaba que quem precisa fica sem o dinheiro”, argumentou o comerciante.


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Mortes pelas chuvas sobem para 15 em Minas Gerais, diz Defesa Civil (Postado por Lucas Pinheiro)

A Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais informou que as mortes pelas chuvas no estado subiram para 15 nesta segunda-feira (9). O número refere-se ao período desde outubro do ano passado, quando começaram a ser contabilizados os óbitos causados pelas enchentes e deslizamentos.

Segundo a Defesa Civil, mais três mortes foram registradas nesta manhã em Além Paraíba, na Zona da Mata. Os corpos de um homem, uma mulher e de um garoto foram encontrados nesta manhã.

As mortes foram causadas por enchentes e deslizamentos na cidade, informou também a Polícia Militar. Afluentes do Rio Paraíba do Sul transbordaram por causa da chuva durante a madrugada.

A cidade está sem telefone após o temporal e vários bairros estão inundados. Um helicóptero da PM ajuda no resgate de moradores isolados pela enchente. O acesso pela BR-116 está comprometido, porque o trecho entre o município e a cidade de Leopoldina está alagado.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, a orientação é que o motorista siga para o Rio de Janeiro pela BR-040 até Teresópolis e, em seguida, faça o retorno pela BR-116.

104 cidades decretam emergência
A cidade de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, entrou para a lista de cidades em situação de emergência por causa das chuvas nesta segunda-feira (9). No total, 104 municípios estão em emergência em Minas Gerais. De acordo com a Defesa Civil estadual, a cidade da Grande BH decretou a situação devido a enxurrada ocorrida na região.

Segundo o órgão, também foram registradas mortes em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, em Guaraciaba, na Zona da Mata, e em União de Minas, no Triângulo Mineiro.

A Defesa Civil informou que duas pessoas estão desaparecidas, uma em Santo Antônio do Rio Abaixo e outra em União de Minas. No total, 157 municípios foram atingidos pelas tempestades durante o período, afetando mais de 2,2 milhões de pessoas. Destas, 12.875 pessoas estão desalojadas e outras 1.204 estão desabrigadas. Trinta e seis pessoas ficaram feridas. Até esta segunda-feira (9), 131 casas e 112 pontes foram destruídas.

domingo, 8 de janeiro de 2012


Chuva volta a castigar Zona da Mata e Região Central de Minas Gerais


Imagem mostra bairro São Geraldo, em Itabirito (MG), completamente alagado após fortes chuvas que castigaram a cidade na segunda- feira (2). Neste domingo (8), o bairro passa pelo mesmo problema. (Fot


Itabirito registrou alagamentos em região que havia passado pelo problema.
Defesa Civil e população de municípios afetados continuam em alerta.

Voltou a chover forte, na madrugada deste domingo (8), em Minas Gerais. A cidade de Itabirito, na Região Central do estado, mais uma vez ficou debaixo d'água. De acordo com prefeitura do município, houve alagamento no bairro São Geraldo, local que já havia sofrido com a enchente na semana passada.

Com a estiagem de cinco dias na cidade, muitos moradores haviam voltado para suas casas. Neste domingo, eles foram novamente removidos dos imóveis e encaminhados para um abrigo no município.

A cidade história de Ouro Preto, na Região Central, também voltou a enfrentar transtornos provocados pela chuva. De acordo com a Defesa Civil municipal, a precipitação foi de 98 milímetros durante a noite e madrugada deste domingo.

Até as 9h30, dois deslizamentos haviam sido registrados no município, um deles no Centro. Ainda de acordo com a Defesa Civil da cidade, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil realizará, neste domingo, um sobrevoo em Ouro Preto, com a participação de integrantes da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam).

Em Ponte Nova, na Zona da Mata, há mais de 15 horas a chuva não dá trégua. Segunda a prefeitura, não houve alagamentos durante a madrugada, mas o Rio Piranga deixa a população em alerta. A previsão é que o nível volte a subir na tarde deste domingo. Moradores das áreas ribeirinhas já foram alertados sobre a situação.

Outra cidade da Zona da Mata que sofre as conseqüências da chuva é Ubá. De acordo com a Defesa Civil, a chuva forte que caiu na noite deste sábado (7) fez o nível do rio que corta o município subir cerca de três metros em 30 minutos.

Diversos bairros de Ubá ficaram alagados, várioss deslizamentos foram registrados e ruas tiveram que ser interditadas. A Defesa Civil estima que 400 pessoas estejam desalojadas na cidade. Neste domingo, chove pouco, mas autoridades e população estão em alerta.

Situação de emergência
De acordo com boletim divulgado pela Defesa Civil na manhã deste domingo (8), 103 cidades já decretaram situação de emergência, desde o início do período chuvoso, em Minas. As últimas cidades que passaram a integrar o balanço do órgão são: Canaã e Jequeri, na Região da Zona da Mata, e Baldim e Itaguara, na Região Central.

De acordo com a Defesa Civil, 12 pessoas já morreram no estado desde o começo do período de chuvas, em outubro. Os novos casos confirmados foram registrados em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, em Guaraciaba, na Zona da Mata, e em União de Minas, no Triângulo Mineiro.

Em Governador Valadares, um casal foi encontrado morto após um desabamento, nesta sexta (6). De acordo com o Corpo de Bombeiros, eles foram soterrados, após a casa deles desabar.
Em Guaraciaba, um homem de 23 anos tentou atravessar uma rua inundada, e foi arrastado pelo Rio Piranga, que havia transbordado. Quando o corpo foi encontrado, os chinelos estavam nas mãos, o que, para a Defesa Civil, era um sinal de que ele tentou vencer as águas.

Em União de Minas, o corpo de um homem de 24 anos foi encontrado às margens do Rio Arantes, a cerca de quatro quilômetros do local de onde desapareceu. Segundo a Defesa Civil, relatos oficiais na cidade disseram que ele tentava atravessar o rio a cavalo, mas foi surpreendido pela força da água.

Segundo o órgão, duas pessoas estão desaparecidas: uma em Santo Antônio do Rio Abaixo e outra em União de Minas. No total, 157 municípios foram atingidos pelas tempestades durante o período, afetando mais de 2,1 milhões de pessoas. Destas, 11.939 pessoas estão desalojadas e outras 906 estão desabrigadas. Até esta sexta-feira (6), 128 casas e 143 pontes foram destruídas.


Fonte: Portal G1

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012


Verbas contra enchentes passam para a Casa Civil

Ministro da Integração havia destinado maioria dos recursos para PE

O Ministério da Integração Nacional elegeu, em dezembro, 56 cidades das regiões Sul e Sudeste como prioritárias para ações de preparação às enchentes, porém foram os estados do ministro Fernando Bezerra (Pernambuco) e do ex-ministro Geddel Vieira Lima (Bahia) que receberam as maiores verbas de prevenção em 2011. O Rio de Janeiro, primeiro da lista de alerta, com 12 municípios em situação crítica de risco, ficou em décimo lugar, com 2,3% dos recursos pagos no ano passado. A suspeita de direcionamento político fez com que a presidente Dilma Rousseff decretasse nesta terça-feira uma intervenção branca na pasta de Bezerra. A partir de agora, todas as liberações para enchentes só serão feitas com o aval da Casa Civil.

Dilma, que está de férias na Bahia, orientou a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, a determinar uma radiografia na rubrica de verbas para prevenção de enchentes. A intenção é evitar denúncias de favorecimento político. Por isso, as liberações serão submetidas à avaliação da Casa Civil.

O dinheiro de Prevenção e Preparação para Desastres destinado a Pernambuco, R$ 34,2 milhões, e à Bahia, R$ 32,2, supera o montante liberado em 12 meses para São Paulo, Santa Catarina, Ceará, Paraná, Paraíba e Alagoas. Os seis estados listados receberam da União R$ 62,7 milhões de prevenção em 2011. Os dados foram levantados pela ONG Contas Abertas, com base no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi).

A execução do programa de Prevenção, em 2011, não atingiu 30,6% do valor autorizado no orçamento federal. A dotação autorizada somava R$ 508,4 milhões, dos quais R$ 155,6 milhões foram pagos. Entre 2004 e 2011, o pagamento frente ao valor orçado ficou em 24,4%.

Em Pernambuco, Fernando Bezerra escolheu Petrolina, cidade na qual exerceu três mandatos como prefeito, para liberar os principais recursos de Resposta a Desastres Naturais no interior do estado. O ministro liberou para sua terra natal R$ 8,9 milhões, contra R$ 1,2 milhão destinado, em Pernambuco, aos 14 municípios devastados pela enxurrada em 2010. Petrolina só perdeu para Recife, com R$ 62 milhões, entre as 96 cidades pernambucanas contempladas.